outubro 07, 2016

E Agora Merkel?

O título da notícia era " E agora Merkell?"
Depois da noite Kristalina, o pesadelo esfrega os olhos e acorda.

Pois eu sinto-me impelido a estender a pergunta.
Não é só "agora Merkel". É mais, " e agora Europa?"  
A Alemanha não se importou de liquidar a Grécia para salvar a sua banca mas mesmo assim, com todos os golpes porcos e baixos, a banca Alemã não está a aguentar.
E isso porque embora sendo neste momento o fulcro da tempestade, o problema não é financeiro, é um problema de estratégia global.

Todos os bancos estão a passar pelas mesmas dificuldades, A cosmética do BES não foi exclusiva das terras Lusas e andam todos a esconder as rugas com camadas de betume.
Mas o facto é este: os bancos não podem ter receitas sustentáveis e sadias se continuarem a apostar nos mercados de títulos financeiros em vez de apostar na economia. 

Como os títulos são tretas especulativas e não criam riqueza, mais tarde ou mais cedo caem na real que é a perda de valor em bolsa, 
Vai daí a vaga de só acumular perdas com as consequentes falências de que o agora Deutsche Bank é só o próximo "senhor que se segue".

Mas os Bancos não são os únicos culpados, talvez sejam eles quem menos culpa tenha. Foram apenas no engodo de algo mais pesado, perverso e embalaram na crista da onda enebriados pela espuma constante dos aumentos de valores em título, porque a economia já não estava a gerar valor suficiente e até pior, cada vez menos valor...


Ir de Lisboa ao Porto de comboio é ver isto durante Km...
Enquanto não houver uma forte reversão de estratégia e deixar de se produzir na China o que se poderia e deveria produzir cá, criando riqueza e emprego, em vez de encerramento de empresas, iremos de mal a pior. E os Alemães armados em espertos a pensar que o mal só acontecia aos outros, estão agora beber do veneno que fizeram os outros tomar.  

Mas isso não é motivo de regozijo, mas sim de profunda preocupação. Está mais do que na altura de se entender o fenómeno não como mais um "episódio normal" numa economia aberta, como aparentemente Merkel pretende fazer passar, mas antes como um sinal de alarme de prioridade vermelha para que se proceda a uma viragem profunda e imediata.



Sem comentários:

Enviar um comentário