março 09, 2015

Passos que se trocam… e a ver no que a coisa dá

Deste Passos trocado, se calhar em miúdos, dizer o quê? Surpresa? Nenhuma! Há uma seita que sabe de si mesma estar cheiinha de telhados de vidro e outros tantos esqueletos no armário, mas que se julga, com idêntica intensidade, poder passar por esta vida sempre impune, se, para tanto, lhes sobrar engenho e arte, bem como um punhado de ocasionais amigalhaços.

É a perspectiva que lhes traz o exercício do «poder», tal como o entendem. Daí, também, que se desunhem para o atingir, como meio eficaz para volitarem acima do comum dos mortais.

Não o exercem, pois, a bem da nação. Nem pensar nisso! Mas têm sempre bem presente o fito – mais ou menos ambicioso, dependendo das respectivas personalidades e formação básica (ou de berço, como queiram…) – de ficarem acima da carne seca, como expressão usada pelos nossos irmãos brasileiros, que aqui tão bem se enquadra.

Terão, bem no íntimo a pura convicção de serem sobreviventes e se, para tal, tiverem de se arvorar em superpredadores, eles aí estão, sem rebuço, sem escrúpulos, sem reticências, de bico e garras aduncas, abarbatando a carniça que puderem.

Assim sendo e vendo o que vamos vendo dos exemplos destes «maiores», multicolores e tantos, se amanhã me disserem que um tal Coelho matou a avó para antecipar uma herança ou que o senhor Silva foi informador na juventude para recolher uns trocos ou, ainda, que um próprio super-director das Finanças, conotado como um profissional de elevadíssimo gabarito, alegou falta de aviso para justificar um calote em que incorria nas Finanças, nada me espanta.

Quando, na minha actividade profissional, perante a emissão de um chorudo cheque sem provisão, colhi do emitente – que, por sinal, até exercia advocacia –, a afirmação justificativa de que «- ó meu amigo, um cheque sem provisão é uma actividade comercial corrente!», eu também não me espantei.

E é isso que me preocupa. Esta aparente incapacidade para me espantar com estas espantáveis coisas! 

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