abril 14, 2012

«Uma questão de semântica» -pela Didas

"Eu acho que o governo devia explicar o que é que quer dizer com essa história de «procura activa de emprego». Bem explicadinho, assim tipo numa portaria mas escrito por alguém que não tivesse a mania que é o cagalhão atacado das letras e soubesse alinhavar duas palavras seguidas numa frase, ou seja, por ninguém que tenha escrito leis até hoje. Porque vai que uma pessoa pensa que anda a fazer procura activa de emprego e afinal anda a fazer procura passiva de emprego? Assim do nada, sem saber? Porque os termos activo e passivo são mais ou menos pacíficos em certos campos semânticos, não é? Por exemplo, a gente sabe qual é o que leva no pacote e qual é o que deixa levar, mas assim aplicado à procura de emprego não estou a ver...
E depois pode acontecer que um gajo, além de já ter tido o azar de ficar desempregado, de repente descobre que anda a fazer procura passiva de emprego e ainda lhe cortam a esmola a que eles chamam subsídio de desemprego por causa duma questão de pontos de vista! Por exemplo, os tachistas do governo, quando andaram a fazer por serem escolhidos para o tacho, fizeram-no duma forma activa ou passiva? E como é que se faz? Isso é que era de valor eles explicarem para a malta saber!
A não ser que seja de propósito para de hoje para amanhã nos lixarem como fizeram com o segredo da proibição das reformas antecipadas. Mas eles não eram capazes! Pois não?"
Didas
Blog «Farinha Amparo - a padaria da família»

6 comentários:

  1. Eu sempre me chateei com essa coisa intragável de me chamarem "sujeito passivo" quando assino os papéis para as Finanças. Escorrego logo para as derivas da Didas no que toca às subtilezas de levar ou trazer pacotes. Para as Finanças levamos pacotes do que nos fica a fazer falta, e em contrapartida, trazemos o pacote em marcha de alívio, sempre mais leve, palavra que como sabemos tanto serve para atestar o peso como para conjugar o verbo levar quando a gente já fartinha quer que o gajo leve naquilo que nos fazem levar o tempo todo.
    A procura activa de emprego é aquela coisa que deve ser parecida ao escuteiro que passa o tempo a levar (atençaõ: levar) as velhinhas de um lado para outro da rua correndo o risco de contaminar a velhinha com a actividade e levar (outra vez levar) com a sombrinha na tola, não por falta de gratidão mas sim pelo facto de a velhinha não querer atravessar a rua.
    Assim, estou a imaginar um tipo desempregado, que é no mínimo posto na rua, ou pior levado à esquadra apenas por ter entrado num supermercado e ter começado a arrumar activamente as prateleiras, a ajeitar os preços ou a trocar alguns produtos do sítio e colocar noutro que segundo ele, seriam mais apelativos, e assim esperando gratidão, teria direito ao anseado emprego....
    Vistas bem as coisas, e para evitar estes dissabores, a procura activa de emprego é o que fazem muito bem aqueles rapazes que chegando às ourivesarias vão logo direito ao assunto. Para quê tentar arrumar de outra maneira as peças expostas? O ingrato do dono jamais lhes agradeceria. Viram o que aconteceu ao desgraçado do canditado a repositor de supermercado?
    Nã.... um gajo verdadeirament activo na nobre missão de conseguir emprego, tem de ter uma outra estratágia e agir de outra maneira.
    Assim sendo, arrumam as coisinhas, que estão convenhamos, sempre muito mal arrumadas nas montras, dentro duns sacos e ala que vão eles: a caminho de dar-lhes um bom emprego....

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  2. Pronto, pronto, jeejeje
    ja la vai.... amanhã Ok? :DDDDD

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