outubro 14, 2011

Quem quer ser funcionário público?

Eu compreendo.
Quando há demasiada gente num grupo e se torna incomportável mantê-los a todos, primeiro tenta-se que saiam voluntariamente. Se isto não resulta (não importa agora porquê, nem me convence a idiotice generalista do ser-funcionário-público-é-que-é-bom-é-só-calões-que-não-fazem-nenhum), o passo seguinte é tornar as vivências grupais tão absolutamente negativas que quem já lá está daria tudo para sair e quem não entrou deixa de ter aquele grupo como um dos que gostaria de fazer parte.
Touché, Dr. Passos Coelho & Companhia!
Se a intenção era pôr todo e qualquer funcionário público (ou melhor, os abonados, que ganham mais de mil euros, essa quantia disparatada!) a perguntar-se pela vida, a sentir-se lodo a ser pisado e a interrogar-se sobre como é que, do emprego "seguro" e pago a dias e horas certas se passou a esta insanidade, durma descansado, porque certamente conseguiu-o.
Não sei é se essa cantilena de que todos temos de fazer sacrifícios em prol do bem comum vai continuar a colher, quando os que pagam são sempre os mesmos e os que diziam estar na disposição de se sacrificar continuam a fazer a vidinha de sempre.

10 comentários:

  1. Toma lá uma prendinha para ainda te sentires pior:

    Os rendimentos de 15 políticos portugueses antes e depois de passarem pelo Governo

    http://aeiou.expresso.pt/veja-os-rendimentos-de-15-politicos-portugueses-antes-e-depois-de-passarem-pelo-governo-grafico-animado=f680329

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  2. A Ana, (olá Ana) deu-lhe mesmo em cheio: sacrifícios para o bem comum.
    Mas se o bem comum é o bem de todos nós, então devo andar anestesiado que não sinto melhoras nenhumas por mais sacrificios que faça.
    Se calhar até pode ser que eu não faça parte dos "comuns".
    ... Acho que é isso, devo ser incomum...
    Alguém me acompanha?

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  3. Tudo aquilo a que assistimos da parte dos poderes instituídos é, receio-o bem, uma falácia. Aliás, deixemo-nos de lindas palavras, é um chorrilho de aldrabices.

    Porventura, motivadas pela inevitabilidade das «coisas». Muito bem, mas das coisas que eles próprios instituíram.

    O «funcionário público» não é uma realidade factual, passe a tautologia ou a redundância. Não. Um funcionário público é um ser humano que detém um emprego num organismo qualquer cuja entidade patronal é o Estado. E ponto final.

    Não é mais, nem é menos. Nem velho, nem novo. Nem gordo, nem magro. Tem sobrancelhas hirsutas ou não. Por vezes é careca.Utiliza diariamente a retrete... etc., etc.

    Vive e morre como os outros e também pode ser, muito bem, precário - a minha-senhora-de-mim foi-o durante 17 anos e sempre com vínculo ao Estado sem interrupções e com as habilitações máximas requeridas para a função! E, ainda, assim, com contrato a renovar anualmente!

    O Passos fala de que coelhos? Do homem da recolha do lixo? Do amanuense? Do médico? Do professor?

    Isso de se ser «funcionário público» com carreira retributiva congelada durante 10 anos (!!!) e apenas interrompida por demagogia eleitoral será o que leva o Passos a falar da tal média remuneratória de 15% superior à dos demais seres viventes? E está a compará-los com que realidade sociológica análoga? E baseado em que estudos?

    Não. O que ele precisa é de uns cacaus para aguentar o barco, porque o Estado está falido e se os ordenados do funcionalismo não forem pagos ele tem uma guerra civil às costas na semana seguinte.

    E, aí, de que lado é que estão as polícias e as forças armadas... que também são funcionalismo? E pagará a uns e não a outros? Este é o único «tug of war» que o(s) perturba, aos Passos e aos Sócrates.

    A ver: qualquer indivíduo que faça destrinça entre um «funcionário público» ou outro ser vivente qualquer que trabalhe por conta de outrem, se virmos bem, não está mais do que a falar sem saber muito bem o que diz.

    A táctica de dividir para reinar é velha e relha. Ele exerce as arbitrariedades que anuncia na presunção de que, como mera entidade patronal, é o que está mais à mão do Estado. E é mais fácil. Mais nada!

    É, entretanto, também incompetência, desespero e desvario.

    Estamos, de facto, muito mal entregues!

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  4. Prontos, pá, caramba! É post e mais post e outro post, carais! E não dou lugar aos demais?

    'Tá bem, vou pensar no teu caso, mas vou recompor a coisa.

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  5. Por mim está mais que composto mas tu é que sabes.

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  6. :(

    (Ando sem palavras. Menos mal. Depois do que ficou dito já não haveria muito a acrescentar. Deixo só uma notinha: Rais os partissem!!)

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  7. Eu diria ainda: "#$%$&#$% (e é assim levezinho porque isto é um blogue de respeito!!).

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  8. Não me digas que estás como o Charlie, que até se inibe de comentar desde que lhe disse isso :O)

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