agosto 30, 2011

"Estou cinco anos numa universidade e nunca ninguém me ensinou a vender o meu produto"

E esta nunca me ocorreria: "É preciso bater punho"...
Como diz o Pedro Laranjeira, isto vale mais do que seis meses na Universidade.





O Charlie esclarece:
"O rapaz tem razão, mas não toda. O Mundo é dominado pelos dominadores dos interesses. De que servio a inúmeros produtores de fruta (por exemplo) da região Oeste terem criada a sua marca regional de qualidade, com investimentos em maquinaria de selecção e calibragem, armazenamento a frio se depois de forma perversa o mercado é dominado pelos tubarões da distribuição que impõem preços impraticáveis e ruinosos à produção? De tal sorte é criminosa a prática de domínio de mercado que uma das empresas comprava toda a produção de maçã seleccionada para depois misturar novamente e apresentar assim ao público, não a verdade, mas sim o que lhe interessava: a fruta portuguesa pode ser melhor mas tem má apresentação e o preço tem de ser baixo. Teria sido importante talvez, nesse sector, o surgimento não de um vendedor (porque a fruta está sempre vendida) mas alguém capaz de pôr travão a estes desmandos e práticas, a raiar sempre a ilegalidade e a nadar em pleno na imoralidade. As boas ideias têm sempre mercado, a inovação é apelativa. No entanto, também aqui, há boas ideias aceites e guardadas à espera do momento que os donos do mundo acham mais conveniente. Quando há três anos o mercado dos televisores se viu subitamente agitado pelo surgimento dos 3D, três dimensões mas com óculos, ninguém ou pouca gente sabia que toda a tecnologia para se ver imagens tridimensionais estava pronta a sair. No entanto, dada a novidade e o desconhecimento generalizado, foi um belíssimo negócio vender televisores e depois os óculos pelo preço de quase outro televisor. Como se vê, nem sempre uma boa ideia faz de imediato um bom negócio e muitas vezes só muito mais tarde alguém tira todo o partido dela e quase nunca o inventor. Neste particular, daqui a algum tempo irá rebentar a "novidade" TV 3D sem necessidade de óculos.
No sector automóvel, desde muito cedo apareceram ideias inovadoras para baixar o consumo dos motores e mesmo alternativas aos subprodutos do crude. Mas não interessavam a uma economia que apostava não na redução mas no aumento do consumo. Para se vender uma boa ideia é preciso agarrá-la bem para que ninguém no-la tire. Vendê-la aos sete ventos, divulgá-la, insistir e esperar ter a sorte de haver alguma brecha livre por onde germine em direcção ao sol; ou seja, vendê-la com os proveitosos retornos que permitam o crescimento do dono da ideia."

11 comentários:

  1. O rapaz tem razão, mas não toda. O Mundo é dominado pelos dominadores dos interesses. De que servio a inúmeros produtores de fruta (por exemplo) da região Oeste terem criada a sua marca regional de qualidade, com investimentos em maquinaria de selecção e calibragem, armazenamento a frio se depois de forma perversa o mercado é dominado pelos tubarões da distribuição que impõem preços impraticáveis e ruinosos à produção? De tal sorte é criminosa a prática de domínio de mercado que uma das empresas comprava toda a produção de maçã seleccionada para depois misturar novamente e apresentar assim ao público, não a verdade, mas sim o que lhe interessava: a fruta portuguesa pode ser melhor mas tem má apresentação e o preço tem de ser baixo. Teria sido importante talvez nesse sector o surgimento não de um vendedor (porque a fruta está sempre vendida) mas alguém capaz de por travão a estes desmandos e práticas a raiar sempre a ilegalidade e a nadar em pleno na imoralidade. As boas ideias tem sempre mercado, a inovação é apelativa. No entanto, também aqui, há boas ideias aceites e guardadas à espera do momento que os donos do mundo acham mais conveniente. Quando há três anos o mercado dos televisores se viu subitamente agitado pelo surgimento dos 3D, três dimensões mas com óculos, ninguém, ou pouca gente sabia que toda a tecnologia para se ver imagens tridimensionais estava pronta a sair. No entanto, dado a novidade, e o desconhecimento generalizado, foi um belissimo negócio vender televisosres e depois os óculos pelo preço de quase outro televisor. Como se vê, nem sempre uma boa ideia faz de imediato um bom negócio, e muitas vezes só muito mais tarde alguém tira todo o partido dela e quase nunca o inventor. Neste particular, daqui a algum tempo irá rebentar a "novidade" tv 3d sem necessidade de óculos.
    No sector automóvel desde muito cedo apareceram ideias inovadoras para baixar o consumo dos motores e mesmo alternativas aos subprodutos do crude. Mas não interessavam a uma economia que apostava não na redução mas no aumento do consumo. Para se vender uma boa ideia é preciso agarra-la bem para que ninguém no-la tire. Vende-la aos sete ventos, divulga-la, insistir e esperar ter a sorte de haver alguma brecha livre por onde germine em direcção ao sol; ou seja, vendê-la com os proveitosos retornos que permitam o crescimento do dono da ideia.

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  2. Vou acrescentar isso ao post.
    Mas eu acho é que este rapaz tem um paleio roto que, se eu tivesse que o ouvir mais do que 15 minutos, mandava-o calar.

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  3. É o tal paleio de rabinho enfiado na boca, em círculo vicioso, do tipo " descobridor da pólvora".

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  4. Mas com uma apresentadora entusiasmada, acenos afirmativos com a cabeça e aplausos, parece o Santo Graal.
    O que me interessa nisto, no fundo, é que diz coisas tão evidentes que muita gente não sabe. E tenho cá em casa duas alminhas que precisam de saltar do ninho um dia destes... e faz-lhes bem ouvir.

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  5. Tadinhas....tão piquenas e açim...
    Vão errar onde nós erramos, e dar-nos razão da mesma forma que damos razão (em muitas coisas, não todas) aos nossos antecessores.---
    Viver, e aprender.....né?

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  6. E acabaram de levar uma lição...

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  7. Estava para dar aqui um aplauso ao Charlie e acrescentar mais umas coisitas a propósito... Mas a matéria é tão vasta que acho que vou fazer antes uma croniqueta...
    Até já.

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  8. Ó Charlie, depois de muito matutar e algo escrever, cheguei à conclusão de que o tipo, afinal, nem tem razão nenhuma.

    Fala de uma realidade circunscrita, que é a dele, arrogando-se a vendê-la como panaceia para a Humanidade. A isso chama-se arrogância.

    Se ele vier a ser «bem sucedido» na vida, havemos de vê-lo como pequeno ditador nalguma empresa, fazendo o papel de Director de alguma coisa, mas no fundo como homem de mão de algum poderoso.´

    Com tanta preocupação com os problemas do lucro de terceiros, ou é parvo, ou faz-se.

    Parcerias interclassistas no mundo em que vivemos? Claro, diz o Pai Natal com as cores da Coca-Cola, depois de sodomizar uma das renas...

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  9. Agora vou eu para o contraditório: mas olha que ele diz algumas coisas acertadas.

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  10. Claro que diz! Nem me atrevo a contestar. Diz é pouco. Ou melhor, fala de uma realidade limitada e limitadora. E há muito mundo para além daquilo que ele diz. Mesmo no domínio do compra-e-vende.

    Criticar-se a não apreensão de conhecimentos de técnicas de venda no ensino universitário pode ter alguma razão de ser. Mas não é suposto que o objectivo do ensino universitário seja o refinamento de apreensão de conhecimento em inúmeras matérias, cada qual com a sua especificidade e interacções, na qual o «saber vender o produto» é apenas uma pequena faceta e demsiado limitador da própria investigação, por exemplo? Para isso existem parcerias, associações de intelectos. Existem e sempre existiram, também, empresários atentos que vão buscar os «cérebros» às universidades.

    Onde é que isso pára, agora? Diz-nos o Miguel que o empresário fica à espera que lhe apareça o mais expedito a entregar-lhe de mão-beijada a panaceia para o sucesso da empresa.

    Bom, para além deste ser um apelo à competição desesperada, para gáudio do tal empresário, a quem basta sentar-se e esperar pelo produto mais barato, quem é que vai depois apertar o parafuso? Ah, é o robot, pois é... Mas lá está: Quando o Miguel puder ser substituído por um computador criativo, lá se vai o Miguel mais a sua conversa.

    E assim, de parafuso em Miguel, de Miguel em robot, de robot em computador, fico-me um pouco a sentir o Velho do Restelo dos tempos modernos... Mas será que o Miguel será capaz de escrever um poema?

    E eu quero viver num mundo sem poemas?

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