março 18, 2011

Do lado onde bater o sol

Desde sempre, a questão do copo meio cheio ou meio vazio ocupa boa parte do tempo e do raciocínio de quem olha a realidade para tentar traduzi-la. E de facto existem várias abordagens possíveis (e igualmente plausíveis) acerca de um mesmo assunto. De resto, se colocarmos dois observadores em lados opostos de uma casa pintada com outras tantas cores cada um deles afirmará a cor da casa que lhe é dada a ver.

O problema é insolúvel em matéria de valoração de perspectivas. Se a visão do copo meio cheio pode fazer pecar por excesso de optimismo, a do copo vazio pode revelar-se menos adequada precisamente pelo oposto, pecando por defeito.

Nesse caso, resta a escolha individual que deriva da personalidade e/ou da conjuntura de cada pessoa, organização ou mesmo de cada país.

E nota-se, ao longo dos registos históricos e pela própria evolução das nações, o quanto pesa a tal escolha difícil entre o pessimismo prudente (alguns confundem com actuante, embora uma coisa não implique de imediato a outra – falar mal é muito mais fácil) e o optimismo descontraído (alguns confundem com desmazelo ou descuido, embora em muitos casos se tenha revelado essa a escolha mais sensata).

Se a lógica imediata não resolve o dilema, os copos continuariam eternamente por encher ou esvaziar, temos que passar à etapa seguinte, a da racionalização da abordagem, da busca de argumentos em função dos contextos e, acima de tudo, do pragmatismo que acaba sempre por reduzir as coisas à sua mínima expressão e por norma reduzem-nas à utilidade específica.

Ou seja, temos que pensar qual das escolhas serve melhor determinado propósito ou permite alcançar um objectivo no horizonte das ambições e/ou das preocupações individuais ou colectivas.

É aqui que entra também a razoabilidade de quem precisa de obter um qualquer resultado, mesmo tendo que moderar os excessos de ambas as abordagens, nomeadamente para ter em conta com clareza qual o melhor caminho a seguir face às circunstâncias.

E é aqui que mesmo sendo pessimista por natureza entendo não servir os meus interesses individuais olhar para o copo de uma forma que não o enche mais de coisa nenhuma mas preenche-me de desânimo que, bem vistas as coisas, não serve propósito algum.

O mesmo raciocínio aplico às escolhas que faço quando está em causa a governação do meu país.

7 comentários:

  1. Ó Shark, tu andas a combinar estratégias com o OrCa?!

    (ihihihihih)

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  2. Xi melhéres...Çe mi deichareim intrar fasemos um menaje há truá....


    NELO

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  3. De todo, seu Mour(inh)a da Blogosfera.
    Apenas está em causa o espírito da coisa, a liberdade de expressão e de opinião, e o deste blogue, ao que li, também é (o de con)tradição...
    :)

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  4. (Lá vem o Nelo receitar uma salada mista...)
    :)

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  5. Não será bem da contradição e sim da argumentação. Mas vai dar ao mesmo.

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  6. Eu costumo ser do grupo das que levam isto com o tal optimismo descontraído. Mas agora já não sei o que hei-de fazer, porque na verdade eu vejo o copo cheio, completamente cheio de m...porcaria...
    O conceito de um país ir à falência é para mim uma abstração que entendo enquanto conceito teórico, embora nunca acreditando que se chegue a essa ponto de ruptura.
    Mas agora pergunto-me se não seria mesmo o remédio para isto tudo.
    E não falo só de falência económica.

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  7. Olha, como se diz na minha terra, estás com'a mim!

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