março 04, 2008

Estudo científico mostra que mudança de hora pode provocar aumento dos consumos de energia

Alguns excertos do artigo de Justin Lahart "Daylight Saving Wastes Energy, Study Says" no The Wall Street Journal:

"Durante décadas, a sabedoria convencional sustentou que a hora de Verão reduz o custo de utilização de energia. Mas uma situação invulgar no estado do Indiana (E.U.A.) fornece provas que desafiam esse ponto de vista: a hora saltar para a frente pode de facto desperdiçar energia.
Até dois anos atrás, só 15 dos 92 condados de Indiana avançavam uma hora aos seus relógios na Primavera e atrasavam uma hora no Outono. Os restantes mantinham-se na hora padrão todo o ano, em parte porque os agricultores resistiram à perspectiva de terem uma hora extra de trabalho às escuras da madrugada. Mas muitos residentes odiaram entrar e sair de sincronismo com negócios e residentes de estados vizinhos, o que fez prevalecer na Lei de Indiana a mudança de hora em todo o Estado, com início da Primavera de 2006.
Esta mudança deu ao professor Matthew Kotchen e à aluna Laura Grant, da Universidade da Califórnia - Santa Barbara, uma ocasião única para ver como a mudança de hora afecta o uso da energia. Usando sete milhões de leituras mensais da empresa Duke Energy Corp. cobrindo praticamente todos os lares do Sul do Estado de Indiana durante três anos, puderam comparar o consumo de energia antes e depois de os condados praticarem a mudança de hora. As leituras de condados que já tinham adoptado o 'daylight-saving time' serviram como grupo de controlo que lhes permitiu ajustar as mudanças meteorológicas de um ano para outro.
O que descobriram: Ter todo o Estado a praticar a mudança de hora, em vez de manter a hora padrão, custa aos lares de Indiana mais 8,6 milhões de dólares nas contas de electricidade. Eles concluem que o custo reduzido da iluminação durante as tardes é mais do que contrabalançado pelos custos mais elevados com ar condicionado nas tardes mais quentes e aumento de custos com aquecimento nas manhãs mais frescas. (...)
Não seria isso o que Benjamin Franklin esperaria. Em 1874, ele escreveu sobre «o imenso valor que a cidade de Paris poderia poupar em cada ano se usasse o sol em vez de velas" (o sr. Franklin não propôs que se adiantassem os relógios, em vez disso sugeriu satiricamente aplicar um imposto sobre as persianas e tocar os sinos das igrejas ao nascer do sol para acordar os parisienses e fazê-los sair mais cedo das suas camas)."

O artigo continua com o historial da aplicação das mudanças de hora. E refere que "um relatório de 1975 do U.S. Department of Transportation concluiu que a mudança reduziu a procura de electricidade em 1% em Março e Abril. Mas em 1976, num relatório para o Congresso de avaliação a essa análise, o National Bureau of Standards concluiu que não havia poupanças significativas de energia."
E constata que "os números de poupança de energia frequentemente citados pelos legisladores e outros derivam de pesquisas efectuadas nos anos 70. Mas há uma diferença crucial entre os anos 70 - ou, a esse respeito, da época de Ben Franklin - e agora: é a prevalência do ar condicionado."
Mas aponta para vantagens aparentes da mudança de hora, como benefícios sociais de quem regista "menos crimes, menos acidentes mortais rodoviários, mais tempo para recreação e aumento da actividade económica com a hora extra de sol ao fim da tarde".

Recomendo a leitura do artigo completo (em inglês).

Obrigado pela dica, MN ;-)

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